Ollague - Chile


          Recentemente realizei uma expedição com alguns amigos até o Peru, batizamos com o nome de Expedição Cinco Fronteiras (criamos uma página no Facebbok), passamos pela Argentina, Chile, Bolivia e Peru, retornando ao Brasil pelo Acre. 

          O quinto dia de viagem foi entre San Pedro de Atacama até Ollague, passando por Calama e é este relato que irei apresentar a vocês a seguir, uma pequena história num trecho de estrada de rípio.





          Antes de sair de San Pedro de Atacama passamos numa casa de cambio para trocar algumas moedas - seguimos para o Valle de La Luna onde tiramos algumas fotografias e seguimos viagem sem saber se encontraríamos hospedagem em Ollague, a informação que tínhamos era que haviam apenas duas hospedagens para caminhoneiros que passam pelo deserto, nós estávamos em 5 motos, sendo que em 3 viajavam casais, viajamos preparados para pousar em barracas, caso fosse necessário.

Uma das preocupações era o rípio, estrada não asfaltada e com pedras vulcânicas que podem cortar o pneu da moto, além dos bancos de areia que existem pelo caminho, pois é, andar no rípio estava muito legal, até que pegamos um banco de areia e eu fui ao chão. Cabe aqui um comentário elogiando os chilenos, logo atrás de mim estava uma caminhonete com tres funcionários de uma mineradora local, eles ergueram minha moto e se prontificaram a me levar até Ollague colocando a moto na carroceria. Eu ainda estava deitado ao chão e com minha perna dobrada, percebi que meu tornozelo estava torto, de imediato imaginei ter quebrado algo com isso era o fim da aventura para mim, fiquei extremamente aborrecido nesse primeiro momento. Resolvi esticar a perna para ver se não havia mais nenhum problema, para minha surpresa, meu tornozelo voltou ao lugar e não havia sinais de algo quebrado, a dor era grande, resolvi ficar de pé e fiz alguns movimentos, foi aí que senti que dava para seguir viagem, mesmo com o pé muito inchado, agradeci aos chilenos, esses ainda nos deram algumas orientações para caminhar sobre o rípio. A queda foi uns 100 km antes de chegar em Ollague.

          A dor que sentia na perna e o ar rarefeito foram responsáveis por uma situação cômica. Num certo desvio, a Sibely (minha esposa) desceu da moto para que eu pudesse passar com mais tranquilidade, e ela ficou ali para ajudar os demais - eu acabei acelerando a moto e fui conversando com ela, pensando que estivesse na garupa, pior, eu ouvia ela respondendo - quando de repente meu padrinho Oziel apareceu ao meu lado perguntando com quem eu estava conversando, então eu respondi, com a Sibely oras!! Que susto quando percebi que ela não estava em minha garupa, ela ficou receosa de seguir viagem em minha garupa. rsrsrs.

          Andamos mais uns 100 km até chegar ao nosso destino do dia, passamos por alguns bancos de areia e também em algumas pistas de sal, na região das salinas de Carcote e Ascotán, muito liso por sinal, nessa região é comum encontrar as vicunhas. Eu estava receoso em cair novamente, em dias de chuva torna-se dificil passar de motocicleta na região, além das temperaturas que podem ir desde os -23°C até os 25°C. Nesse dia nosso amigo Alexandre também foi ao chão, mas nada sofreu.




          Quando chegamos em Ollague, encontramos apenas uma hospedaria, a moça nos falou que teria apenas um quarto com oito camas, rsrsrs. bom, acabamos ficando com este quarto - depois de algum tempo eu perguntei a ela se por acaso não haveria um quarto de casal - ela disse que sim, mas eu teria que pagar o dobro - equivalente a R$ 90,00. Pedi o quarto devido a minha situação, minha perna doía e eu iria fazer um tratamento com a caixa de primeiros socorros que levamos. Passado algum tempo apareceu uma enfermeira - a responsável pela hospedaria mandou chamar. De cara ela falou que iria aplicar uma injeção na bunda, me deu um antibiótico para tomar de 8 em 8 horas e ainda imobilizou minha perna com uma faixa - a principio fiquei preocupado em quanto aquilo me custaria, para minha surpresa saiu de graça. Esta enfermeira era funcionaria da Mineradora local, havia uma especie de ambulatório ali, onde ela era funcionaria.


          Depois de medicado tive uma noite tranquila - nessa noite nos dormimos ao lado do Vulcão Ollague - lugar muito bonito.

          Ollagüe é uma comuna da província de El Loa, localizada na Região de Antofagasta, Chile. Possui uma área de 2.963,9 km² e uma população é de pouco mais de 318 habitantes (2002), é a última cidade entre a divisa do Chile com a Bolívia, há poucos metros se realiza os trâmites para passar de um país ao outro.

         Em Ollagüe existem serviços básicos e um albergue para turistas, além de um posto de carbineros (policia), que pode ser de grande ajuda se seu plano é ascender algum vulcão. Para uma aventura desse tipo, é preciso ter experiência, além de equipamento para resistir baixas temperaturas.



          Assim como em muitos povoados do altiplano, nos arredores também há celebrações com danças e música de bumbos e trompetes. Por exemplo, a festa de Nuestra Señora del Rosario de Andacollo, do 24 a 28 de dezembro, e a festa de San Antonio, do dia 11 ao 15 de junho.

          O Vulcão Ollagüe é um estratovulcão ativo situado na fronteira da Bolívia e Chile, na II Região de Antofagasta no Chile e no Departamento de Potosí na Bolívia, na cordilheira dos Andes, com uma altitude de 5.870 metros.

           Possui uma cratera de 1.250 metros de diâmetro, a qual foi erodida na parte sul, o que deixa descoberta rastros de lavas. Apresentam duas fumarolas: a principal, que mede 100 metros, está localizada a 700 metros a oeste da cratera, de onde se observa o escape de gases de cor amarela (enxofre) e branco (vapor de água), em nossa chegada na região conseguimos observar essa pequena fumaça que sai pela fumarola. A outra fumarola se encontra em cima do vulcão. Pelo lado chileno, ascendendo a 5.500 metros de altitude acima do nível do mar, começam a vislumbrar-se ruínas de ex-acampamentos enxofreiros denominados Santa Cecilia y Santa Rosa, os quais podem ser visitados a pé desde a base do vulcão. Sua ascensão requer uma boa condição física e a companhia de um guia.























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